Novo gramado da curuzu!
(Foto: Matheus Vieira / Paysandu)

CBF planeja Copa Sul e Série E para reformular o calendário do futebol brasileiro

Novas competições visam descentralizar o calendário, valorizar clubes menores e ampliar o alcance do futebol nacional

Com tantas competições e um calendário apertado, o futebol brasileiro sempre enfrentou desafios logísticos e de equilíbrio. Agora, com a proposta da CBF, novas reformas prometem não apenas reorganizar as datas, mas também criar oportunidades inéditas para clubes que buscam maior protagonismo.

Dentro das novidades, destacam-se a criação da Série E do Brasileirão e o retorno da Copa Sul, duas competições que pretendem reformular o cenário nacional.

Entenda como essas transformações poderiam beneficiar atletas, equipes e a indústria do futebol como um todo.

Entendendo as mudanças no calendário do futebol brasileiro

O plano da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para reestruturação do calendário brasileiro começará com ajustes significativos a partir de 2025. Entre os pontos mais destacados:

  1. Redução dos campeonatos estaduais em termos de jogos e duração, visando criar mais espaço para outras competições.
  2. Expansão das competições nacionais, incluindo alterações no regulamento do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, de modo a aprimorar critérios de participação e premiações.
  3. Ajuste no calendário para cobrir as Datas Fifa, permitindo que os clubes não sejam prejudicados pela ausência de atletas convocados.

A sobrecarga de jogos tem sido uma crítica recorrente de clubes e atletas, muitas vezes forçando escolhas difíceis entre competições. Reformar o calendário oferece uma oportunidade de priorizar qualidade e competitividade, reduzindo o desgaste físico e promovendo partidas mais equilibradas.

Copa Sul e Série E mudanças propostas pela CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou um plano ambicioso para reestruturar o calendário do futebol brasileiro a partir de 2025. Entre as propostas estão a criação da Série E do Campeonato Brasileiro e o retorno da Copa Sul.

Essas iniciativas prometem ampliar oportunidades e fortalecer competições regionais até 2027. Além disso, as novas competições representam oportunidades significativas para clubes menores e dos palpites de futebol no cenário futebolístico nacional.

Copa Sul retorna com foco na identidade regional

Disputada anteriormente em 1999 e com histórico relevante entre 2000 e 2002 como Sul-Minas, a Copa Sul é focada em fortalecer o futebol do sul do país.

Formato proposto:

  • Fase de grupos seguida por etapas eliminatórias.
  • Participação de times na série E como, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Motivações:

  • Reforçar a identidade cultural do futebol sulista.
  • Atrair patrocinadores regionais e expandir a visibilidade dos clubes.

Comparada a competições como a Copa Verde e Copa do Nordeste, o modelo da Copa Sul busca aproveitar o potencial de rivalidades históricas, além de se tornar uma vitrine para novos talentos da região.

Série E do Brasileirão quer abrir espaço para clubes emergentes

A proposta de criação da Série E do Campeonato Brasileiro surge como uma ampliação natural do sistema atual, oferecendo chances a um número maior de clubes.

Formato inicial:

  • Regionalizado, semelhante ao modelo da Série D, com divisões geográficas para reduzir custos operacionais.
  • Gradualmente, a transição incluirá rebaixamento/promoção para consolidar uma hierarquia eficiente.

Por que essa proposta faz sentido:

  • Facilita o desenvolvimento de clubes de menor porte.
  • Mantém os clubes ativos durante mais meses do ano, abrindo espaço para novas oportunidades de receita, como bilheteria e transmissão. 

A Série E do brasileiro não será apenas uma competição; será um palco onde clubes históricos com pouca visibilidade poderão recuperar protagonismo e onde novas histórias de sucesso poderão ser construídas.

Nas palavras de Hélio Cury Filho, presidente da Federação Paranaense de Futebol: “há uma grande chance de a Série E ser implementada de forma gradativa, permitindo a entrada de mais clubes no futebol nacional enquanto aprimoramos sua estrutura organizacional.”

Impactos esperados com as novas competições

  1. Ampliação do alcance midiático e publicitário, com maiores receitas para os clubes.
  2. Fortalecimento técnico de equipes menores, que passam a disputar jogos mais competitivos.
  3. Integração regional e descentralização do calendário de competições.

Apesar das vantagens, desafios permanecem, incluindo o alinhamento de interesses entre federações estaduais e patrocinadores.

Mudanças internacionais também podem influenciar o futebol nacional

Além das reformas locais, mudanças globais propostas pela FIFA podem impactar o futebol brasileiro. Entre elas está a liberação para que ligas nacionais disputem jogos em outros continentes, como já solicitado pela La Liga.

Caso aprovada, essa alteração poderia abrir porta para que o Brasileirão ampliasse sua presença internacional, levando torneios de futebol para novos mercados e aumentando a exposição global de clubes brasileiros.

Mudanças como essas ressaltam que o futebol está se profissionalizando cada vez mais, exigindo alterações não apenas no nível local, mas em escala global.

Prazos e negociações em andamento 

Embora as especulações sobre a estreia da Copa Sul e da Série E do brasileiro aponte para 2027, as movimentações começam agora, com a nova gestão da CBF liderada por Samir Xaud. Fundamental será o papel do Conselho Técnico para resolver conflitos políticos e logísticos com federações locais e clubes.

O sucesso dessas competições dependerá, sobretudo, da capacidade de negociar acordos vantajosos com redes de TV e plataformas de streaming, garantindo recursos robustos.

Oportunidades de equilíbrio entre o local e o global 

O retorno da Copa Sul e a criação da Série E do Brasileiro indicam um esforço da CBF em equilibrar o desenvolvimento local enquanto ajusta o calendário para um futebol mais profissional e sustentável.

A proposta, entre 2025 e 2027, não é apenas uma reorganização; é também uma mensagem de inclusão. Ela reforça a ideia de que o futebol brasileiro é mais vasto e diverso do que pode parecer nos estádios da Série A.

Ainda que contenha riscos, os benefícios de integração entre clubes menores e da valorização de campeonatos regionais ultrapassam os desafios.