Jorge Luís Totti/Paysandu

Após rebaixamento do Paysandu, Carlos Frontini não escondeu a tristeza: “Foram muitas…”

Após a derrota que selou o rebaixamento, a responsabilidade de justificar o resultado para a imprensa e para os torcedores ficou a cargo do executivo de futebol Carlos Frontini. O dirigente, claramente emocionado, entrou na sala de imprensa do estádio Antônio Accioly com os olhos cheios de lágrimas e, diante dos jornalistas, tentou explicar o que havia dado errado. No entanto, a gravidade das palavras e a intensidade do momento acabaram encurtando a interação, resultando apenas em algumas reflexões profundas.

Foto: Jorge Luís Totti / Paysandu

“Primeiro é pedir desculpas. Matematicamente estamos rebaixados. Por mais que ainda houvesse chances mínimas, continuamos lutando. O momento é delicado. Uma instituição tão grande como o Paysandu, e a gente não conseguiu manter o time na Série B. Temos que ter coragem de vir aqui e comunicar isso ao torcedor, que merece respeito”, disse o dirigente em suas primeiras palavras após a derrota.

O rebaixamento do Bicolor foi um evento que já estava previsto há bastante tempo. Uma equipe desmotivada, sem capacidade produtiva, que permaneceu na zona de rebaixamento em 33 das 35 rodadas. De acordo com Frontini, erros nas contratações, apostas que não funcionaram e constantes mudanças de técnicos criaram um cenário que levou ao fracasso e agora força a diretoria a reconsiderar o planejamento.

Foto: Jorge Luís Totti / Paysandu

“Como dizer o que deu errado? Foram muitas coisas. Ao longo do campeonato tentamos corrigir, fizemos trocas — muitas. Caso contrário, não estaríamos nessa situação hoje. Grandes clubes já passaram por isso: Palmeiras, Corinthians, Vasco, Atlético, Goiás, Vila Nova… Todos se reconstruíram. Dói, é difícil, mas é preciso seguir e começar urgentemente a planejar o próximo ano. Futebol não é brincadeira”, refletiu.

Além do impacto esportivo, o executivo destacou que o fracasso também afeta os funcionários e a rotina do clube, além de causar angústia emocional a milhões de torcedores.

“Você não imagina como os funcionários dependem disso aqui, pessoas simples, trabalhadoras. Agora é reconstruir — essa é a verdade. Precisamos seguir. O clube é grande, e vamos nos reorganizar para voltar mais fortes no ano que vem. Mais uma vez saímos na frente no placar, mas sofremos a virada. Enfim… foi o que falei no vestiário: se nesse momento a pessoa não sentir nada, está na profissão errada.”

Sem entrar em pormenores sobre o futuro, Frontini deixou transparecer a dor do fracasso que aflige todos os integrantes da administração bicolor. Ao final da entrevista, declarou que pretende cumprir o contrato até o fim do campeonato, porém sem assegurar sua permanência após a conclusão da temporada.

Frontini assumiu a missão de dar a primeira entrevista após a confirmação do rebaixamento. (Reprodução PapãoTV)

“Meu contrato vai até o final da Série B. É isso que tenho assinado com o clube. Independentemente da situação, vou até o fim, tentando fazer o melhor dentro das possibilidades. Como eu falei, precisamos terminar de forma digna, e pra isso tenho que dar o meu melhor. Não foi o suficiente, mas precisamos concluir essa caminhada, porque muita gente ama esse clube e não podemos abandonar.”