O novo uniforme do Paysandu para a temporada 2026 foi apresentado no último sábado (16), a queda para a Série C não só diminuiu o nível esportivo do clube, como também acentuou um contraste fora de campo. Enquanto a maioria dos clubes da terceira divisão adota preços acessíveis para aumentar o acesso dos torcedores, o clube paraense mantém uma estratégia comercial que o aproxima, e em alguns casos o iguala, aos preços cobrados por equipes da Série A do Campeonato Brasileiro.

Com um preço médio de R$ 329, a camisa oficial do Paysandu está não só entre as mais caras da Série C, mas também no mesmo nível de clubes da primeira divisão nacional, ultrapassando até mesmo algumas equipes que jogarão a Série A em 2025.

Uma pesquisa realizada pelo portal DOL indica que o Paysandu ocupa a primeira posição no ranking de preços da Série C de 2026. Embora a maioria dos clubes da competição venda seus uniformes por preços que variam de R$ 150 a R$ 250, o clube bicolor se destaca por estar acima da faixa de R$ 300.

Tradicionais equipes da Série C, como Santa Cruz, Guarani, Figueirense, Caxias e Ferroviária, cobram valores que variam, em média, de R$ 230 a R$ 280. Times como Maringá, Ypiranga-RS, Brusque, Amazonas, Barra-SC, Itabaiana e Volta Redonda comercializam camisas oficiais a preços que variam entre R$ 120 e R$ 170.
A diferença é ainda mais acentuada em relação ao Floresta, que vende seus uniformes a partir de R$ 106. Na prática, o torcedor do Paysandu paga mais do que o dobro em comparação aos torcedores de alguns adversários diretos na Série C.
Quando a análise se estende à Série A, o valor da camisa do Paysandu se destaca ainda mais. O valor de R$ 329 posiciona o clube paraense acima ou equivalente a várias equipes da elite.
Na Série A de 2025, times como o Fortaleza comercializam suas camisas por R$ 180, ao passo que Sport (R$ 265), Internacional (R$ 284), Mirassol (R$ 289) e Juventude (R$ 299) também oferecem preços mais baixos do que os praticados pelo Paysandu. Até o Santos, em versões promocionais, disponibiliza camisas por R$ 169, enquanto a camisa azul do clube paulista é vendida por R$ 299, valor inferior ao praticado pelo clube paraense.
Outros times da elite estão empatados ou ligeiramente acima, como o Bahia (R$ 329). Por outro lado, clubes como Corinthians (R$ 349), Grêmio (R$ 369), Fluminense (R$ 369), Cruzeiro (R$ 379), Vasco (R$ 389) e São Paulo (R$ 400) já ultrapassam o nível do Paysandu. Palmeiras (R$ 500) e Flamengo (R$ 600) ocupam as primeiras posições no ranking, com realidades financeiras bem distantes do cenário da Série C.
A pesquisa foi realizada no mês de dezembro, período em que diversos clubes oferecem preços promocionais em seus produtos em função das festividades de fim de ano. Contudo, considerando que o Paysandu inicia a venda de sua nova camisa nesse período, o comparativo foi realizado exatamente nesse intervalo.
A posição do Paysandu no mercado de camisas demonstra uma estratégia definida de fortalecimento da marca, apoiada por sua tradição, dimensão da torcida e presença em nível nacional. Contudo, ao comparar com as Séries A e C, fica evidente que o clube não está alinhado com a atual realidade competitiva.
Ao passo que as equipes da Série C utilizam preços mais acessíveis como estratégia para engajar e aumentar o consumo, o Paysandu pratica valores semelhantes aos dos clubes da elite, repassando ao torcedor um custo que não condiz com o nível da competição disputada em campo.
O desafio agora é encontrar um equilíbrio entre identidade, arrecadação e acessibilidade. Em um campeonato caracterizado por orçamentos reduzidos e arquibancadas mais simples, a camisa bicolor permanece como um símbolo de orgulho, mas também como um item que representa um custo maior para o torcedor em comparação com a de muitos clubes da Série A.
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